Galiza, hora zero
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Re: Galiza, hora zero
Em Madri: Angelina torna-se acompanhante de luxo de uma agência que atende a classe A.
Em Bilbao: Constantine tenta trocar de lugar com um dos seguranças do governador da Euskadi. Laila se disfarça como professora para investigar o que as crianças e funcionários "soltam" durante suas conversas.
Em Santiago: William chega em Santiago apresentando-se como jornalista.
Em Barcelona: Veronika envolve-se com o mercado negro para tentar descobrir relações com o governo de Barcelona ou com outras facções da Espanha.
Em Bilbao: Constantine tenta trocar de lugar com um dos seguranças do governador da Euskadi. Laila se disfarça como professora para investigar o que as crianças e funcionários "soltam" durante suas conversas.
Em Santiago: William chega em Santiago apresentando-se como jornalista.
Em Barcelona: Veronika envolve-se com o mercado negro para tentar descobrir relações com o governo de Barcelona ou com outras facções da Espanha.
Re: Galiza, hora zero
OOC: baseando-me nos dados do NStracker dos últimos dois días e fazendo algumas correções, eis os dados militares das distintos bandos em luta na Espanha:
Uma coisa sobre a que tenho dúvidas é sobre o significado das reservas: no exército de terra faz sentido, mas na forças navais e aéreas não o vejo assim tão claro: tenho a impressão de que são demassiados homens para uns postos especializados.
Eu acho que vou considerar as reservas em conjunto (717.150 homens, sumando terra, mar e aire), e o que vou fazer é considerar o facto de que sejam reserva naval ou aérea como um límite: desses 717.150 homens até 71.715 podem ser destinados à reforço da Armada (equipando até 4 frotas) e até 179.288 da Força Aérea (equipando até 13 esquadrilhas).
Por outro lado, TODOS podem ser destinados a reserva terrestre (pois os marinheiros e os pilotos podem pegar numa espingarda e lutar em terra, mas é difícil que um soldado de infantaria esteja capacitado para levar um avião o um barco). De este jeito, como alternativa posso converter as reservas naval e aérea em divisões de terra (homens de 4 frotas + homens de 13 esquadrilhas = homens para 17 divisões, a adicionar às outras 52 divisões de reserva de terra).
Considerado isto, vou fazer a partilha por facções:
Primeiro de todo, eu não sou um especialista em temas militares, assim que estou aberto a qualquer sugerência e será bem-vinda qualquer ajuda.TOTAL
Orçamento militar: 452.050.836.530,36 €
Exército de Terra:
- forças activas: 199.778 homens, 15 divisões
- forças de reserva: 466.147 homens, 37 divisões
Armada:
- forças activas: 30.739 homens, 4 frotas
- forças de reserva: 71.715 homens, 4 frotas
Forças Aéreas:
- forças activas: 76.838 homens, 7 esquadrilhas
- forças de reserva: 179.288 homens, 13 esquadrilhas
Uma coisa sobre a que tenho dúvidas é sobre o significado das reservas: no exército de terra faz sentido, mas na forças navais e aéreas não o vejo assim tão claro: tenho a impressão de que são demassiados homens para uns postos especializados.
Eu acho que vou considerar as reservas em conjunto (717.150 homens, sumando terra, mar e aire), e o que vou fazer é considerar o facto de que sejam reserva naval ou aérea como um límite: desses 717.150 homens até 71.715 podem ser destinados à reforço da Armada (equipando até 4 frotas) e até 179.288 da Força Aérea (equipando até 13 esquadrilhas).
Por outro lado, TODOS podem ser destinados a reserva terrestre (pois os marinheiros e os pilotos podem pegar numa espingarda e lutar em terra, mas é difícil que um soldado de infantaria esteja capacitado para levar um avião o um barco). De este jeito, como alternativa posso converter as reservas naval e aérea em divisões de terra (homens de 4 frotas + homens de 13 esquadrilhas = homens para 17 divisões, a adicionar às outras 52 divisões de reserva de terra).
Considerado isto, vou fazer a partilha por facções:
Estado Espanhol Restaurado
Orçamento militar: 212.463.893.169 € (47%)
Exército de Terra: 7 divisões (93.896 homens)
Armada: 1 frota (14.445 homens)
Forças Aéreas: 3 esquadrilhas (36.114 homens)
Reservas: 337.060 homens para 25 divisões de reserva (18 terra + 1 naval + 6 aérea)
III República Espanhola
Orçamento militar: 122.053.725.863 € (27%)
Exército de Terra: 4 divisões (53.940 homens)
Armada: 1 frota (8.298 homens)
Forças Aéreas: 1 esquadrilha (20.746 homens)
Reservas: 193.631 homens para 15 divisões de reserva (10 terra + 1 naval + 4 aérea)
República Catalana
Orçamento militar: 63.287.117.114 € (14%)
Exército de Terra: 3 divisões (32.272 homens)
Armada: 0 (no nosso mapa Catalunha não tem saída ao mar, e portanto sumei a súa "frota" às forças de terra)
Forças Aéreas: 1 esquadrilha (10.757 homens)
Reservas: 100.401 homens para 7 divisões de reserva (5 terra + 2 aérea)
República Federativa Basca
Orçamento militar: 27.123.050.192 € (6%)
Exército de Terra: 1 divisão (11.987 homens)
Armada: 1 frota (1.844 homens)
Forças Aéreas: 1 esquadrilha (4.610 homens)
Reservas: 43.029 homens para 4 divisões de reserva (2 terra + 1 naval + 1 aérea)
Olhem as diferenças de tamanho entre as frotas e as esquadrilhas aéreas dos distintos bandos. Aínda tenho que tratar de cómo traduzir isso em aviões e barcos (alguém sabe cómo?).Comunidade da Galiza
Orçamento militar: 27.123.050.192 € (6%)
Exército de Terra: 1 divisão (11.987 homens)
Armada: 1 frota (1.844 homens)
Forças Aéreas: 1 esquadrilha (4.610 homens)
Reservas: 43.029 homens para 4 divisões de reserva (2 terra + 1 naval + 1 aérea)
Última edição por Galiza em Sex Out 19, 2012 11:30 am, editado 2 vez(es)
Re: Galiza, hora zero
Bond iria para Leão como traficante de armas. Leva instruções para comprar uma propriedade nos arredores e frequentar a vida nocturna dos casinos e clubes bascos. Espalha que "consegue arranjar tudo em Lapália", enquanto se infiltra nos mundos do crime mais escondidos.
Para Barcelona vai a sedutora Vesper Lynd, uma "assistente" da Cruz Vermelha de Lapália, em conjunto com a missão humanitária. Enquanto "trata" dos feridos, aproveita para os seduzir enquanto lhes tira inocentemente vários dados importantes...
Em Melilla ficava M, uma traficante que conseguiria fazer passar o que quisesse pela fronteira Lapália. E assim também se infiltrava no crime.
Em Madrid ficam um caçador de prémios, uma jornalista e um aventureiro/mercenário...
Para Barcelona vai a sedutora Vesper Lynd, uma "assistente" da Cruz Vermelha de Lapália, em conjunto com a missão humanitária. Enquanto "trata" dos feridos, aproveita para os seduzir enquanto lhes tira inocentemente vários dados importantes...
Em Melilla ficava M, uma traficante que conseguiria fazer passar o que quisesse pela fronteira Lapália. E assim também se infiltrava no crime.
Em Madrid ficam um caçador de prémios, uma jornalista e um aventureiro/mercenário...
Lapália- Mensagens : 645
Re: Galiza, hora zero
OOC: Adolfo, penso que non te debes preocupar moito con iso. Penso que debes ter mais liberdade e que podes organizar iso como queres, e non como unha calculadora di. Tan só compara o teu orzamento co de países reais..o resto é contigo.
Re: Galiza, hora zero
ooc: Bem, com o desaparecimento do Euskadi, isto que ficou meio ao abandono...
Lapália- Mensagens : 645
Re: Galiza, hora zero
OOC: vou reatar hoje mesmo este RP, mas tenho que pedir desculpa, pois estava comprometido a faze-lo apenas regresasse do Japão, mas não o pude fazer. Depois da viagem tenho tido um mês infernal entre assuntos de trabalho e de aulas que estou a seguir, e apenas tenho podido ler o que vai acontecendo e manter a nação no NS respondendo issues. Aliás, o pior é que o MPLAS/Euzkadi desapareceu neste tempo e não posso evitar sentir-me responsável por esse abandono ... mas pronto, lá vou.
Re: Galiza, hora zero
O Diário Oficial da Galiza publicava hoje a constuição definitiva da Assembleia Provisória, a que havia decidir o destino da Galiza:
A Presidência da Assembleia e os grupos parlamentares já estavam constituidos, e as sessões começariam com o discurso do Presidente do Conselho Geral:
Os 101 membros da Assembleia já estavam reunidos, com a presença dos membros do Conselho Geral, representantes das autarquias que foram convidados, e com uma grande expectação dos mídia, que se via no imenso número de jornalistas presentes, para os que quase não havia espaço no edifício do Parlamento, onde teriam lugar as sessões. Muitos foram acomodados em casetas provisórias nos jardins do Parlamento. As tribunas de convidados também estavam cheias, e as rádios e TVs haviam transmitir em directo tudo a que lá havia acontecer.PRIMEIRO: O Parlamento da Galiza e o Conselho Geral, em conjunto, declaram constituida a Assembleia Provisória da Galiza, em aplicação do artigo 11º do Decreto de Constituição do Conselho Geral da Galiza, do passado 20 de Maio (DOG 20-05-2012).
PARLAMENTO DE GALICIA
CONSELLO XERAL DE GALICIA
SEGUNDO: Segundo as disposições do Decreto, a Assembleia estará formada pelo Parlamento da Galiza, mais os membros das Cortes do Reino (deputados e senadores) representantes da Galiza, que puderam juntar-se à Assembleia.
Os membros do Parlamento da Galiza são os já presentes, eleitos o passado ano 2011, com esta partilha partidária:Finalmente, dos 23 deputados e 19 senadores galegos eleitos nas Eleições Gerais Espanholas do ano 2009, incorporaram-se à Assembleia um total de 26, segundo esta partilha:
- 32 de AP (Aliança Popular)
- 24 de FSG (Federação Socialista Galega)
- 8 de AxG (Alternativa por Galiza)
- 6 de CDG (Centro Democrático Galego)
- 3 de MPU (Movimento do Povo Unido)
- 1 de IES (Iniciativa Eco-Socialista)
- 1 de UDP (Unidade Democrática para o Progresso)
TERCEIRO: A Assembleia tem como missão evaluar a actuação do Conselho Geral da Galiza durante os últimos seis meses, e adoptar uma decisão entre as seguintes opções, num tempo máximo de um mês:
- 17 de AP (Aliança Popular)
- 7 de FSG (Federação Socialista Galega)
- 2 de MPU (Movimento do Povo Unido)
QUARTO: A Assembleia, enquanto estiver reunida, assumirá as máximas funções de representação da soberania do povo na Galiza. Portanto, assumirá nesse tempo as funções do Parlamento da Galiza, e as da Junta Consultiva do Conselho Geral (estabelecida no artigo 10º do Decreto do 20 de Maio), que ficará dissolta.
- A prórroga do mandato do Conselho por periodos de 3 meses, com os mesmos membros ou outros que escolha, ou
- A sua substituição por outro órgão que julguem mais adequado ás circunstâncias, ou
- A sua dissolução e restabelecemento da ordem constitucional anterior (Constituição Espanhola de 1978).
QUINTO: A Assembleia estará constituida por um tempo de dois meses. Caso não ter atingido um acordo nesse praço, entender-se-á adoptada a primeira das opções do artigo 3º, a Assembleia ficará dissolta, e será outra vez reunida tres meses depois, para decidir novamente. No entanto, o Parlamento da Galiza e a Junta Consultiva serão reunidos de novo e recuperarão as suas funções.Em Santiago de Compostela, a 17 de Novembro de 2012
A Presidenta do Parlamento da Galiza,
Purificación Lamas
O Presidente do Conselho Geral da Galiza,
Xosé Lois Carballo
A Presidência da Assembleia e os grupos parlamentares já estavam constituidos, e as sessões começariam com o discurso do Presidente do Conselho Geral:
Depois do discurso do Presidente, recebido com grandes aplausos, os diferentes grupos parlamentares apresentarão as suas posições. A Assembleia fará um descanso antes disto.O Presidente Xosé Lois Carballo escreveu:
Senhoras e senhores membros desta Assembleia, como responsável pela gestão deste pais nestes últimos meses de conturbação, compareço ante os senhores, como representantes máximos do povo galego, para render contas, como mandam as leis da democracia.
Faz mais de dous séculos, a Coroa Espanhola foi invadida e descabeçada pela invassão napoleónica, quando o rei e as instituições de governo foram sequestradas pelos invasores. Mas na altura os povos das Espanhas souberam responder e demonstrar que se podiam valer sozinhos: desde que o rei, como depositário da soberania da nação, estava impedido para governar, foram os povos os que recuperaram a soberania, e por todos os territórios, reinos e virreinatos da monarquia espanhola da altura foram constituidas Juntas, criadas pelos cidadãos e as autoridades sobreviventes, para manter a ordem e evitar que o pais caisse no caos ou fosse subjugado pelo invassor. Também na Galiza foi criada uma Junta do Reino da Galiza, que foi capaz de governar o pais com justiça e de vençer e expulsar aos invasores, 3 anos antes do que o resto do Reino.
Doiscentos anos depois, a situação veu a se repetir: com a queda do governo do Reino, ficou nas mãos dos povos das Espanhas a responsabilidade de guiar-se nestas difíceis circunstâncias. Perante a grave ameaça do caos e o afundimento da sociedade, as autoridades da Galiza, num exercício de responsabilidade, fomos capazes de dar a este país uma estrutura estável com a que navegar por estas águas revoltas, e de sacar a este país da grave situação de crise na que estava. Infelizmente não aconteceu o mesmo no resto dos territórios espanhois, onde grandes extensões e populações estão ainda em situação de anarquia e violência, embora algúns deles sim conseguiram uma estabilidade como a nossa. Mas em conclussão, devo dizer que na Galiza fizemos as coisas bem.
Fizemos as coisas bem, e fizemo-las sempre dentro do maior respeito pelos princípios da democracia e o respeito pelas liberdades. A Galiza, com a colaboração de todos, tem saido da crise social e económica e tem mantido a seguridade e a estabilidade, sem necessitar medidas autoritárias ou repressoras. Hoje, no tempestuoso mar da crise espanhola, a Galiza é uma ilha de estabilidade, seguridade, paz, prosperidade e liberdade.
E é dentro dessa norma básica de respeito pelas liberdades e pela vontade democrática do povo, que vimos hoje perante esta assembleia, pois será esta assembleia, autêntica representante do povo galego, a que haverá julgar a minha actuação e a dos restantes membros do Conselho Geral que presido, e a que haverá decidir o rumo da Galiza.
Modestamente, ha que reconhecer que a gestão económica do Conselho Geral foi altamente sucedida, e mais considerando a dramática situação inicial, na Crise de Maio. Segundo os dados que temos, confirmados por observatórios económicos de prestígio internacional como NStracker, o desemprego na Galiza baixou de perto do 25% a apenas um 4%; o PIB por habitante subiu de perto de 1.000 € a mais de 41.000; os serviços sociais de sanidade e educação da Galiza são a inveja do mundo, e as empresas galegas estão a produzir, exportar e ganhar como nunca antes.
Também foi um sucesso a gestão em matéria de segurança e ordem, pois apesar das graves dificultades, fomos felizmente capazes de manter a Galiza fóra da terrível situação, de verdadeira guerra civil, vivida no resto de Espanha, e também no vizinho Portugal. Foi também possível, com grande esforço há que dizer, preservar a paz interior, apesar dos intentos de pequenos grupos radicais de provocar confrontos, como eu pessoalmente comprobei numa tentativa de atentado contra a minha pessoa, meses atrás.
(aplausos)
Isto tudo foi o resultado de grande trabalho, grande esforço e grande capacidade de sacrifício e colaboração pelo bem comúm, feito por todas as autoridades, partidos, organizações sociais e, em definitiva, cidadãos da Galiza. A boa situação actual, em contraste com a horrível situação anterior e a que, infelizmente, ainda se vive no resto de Espanha, não é um sucesso do Conselho Geral: é um sucesso de toda a sociedade galega, acima de divissões partidárias, ideológicas ou sociais.
(aplausos)
E deverá ser a sociedade galega, que tem demonstrado com claridade a sua madureza e a sua capacidade para sair adiante em situações difíceis, a que escolha o que fazer de aquí para frente. Essa e a tarefa desta Assembleia. Ante ela apresento os resultados do meu trabalho, a será a sua decissão a que eu aceitarei.
Não tenho intenção de fazer recomendação nenhuma à Assembleia sobre a escolha a fazer, mas sei que a Assembleia e a sociedade galega não errarão. Acredito na Galiza, acredito na democracia, e acredito no futuro da Galiza, e estarei sempre ao serviço desses ideais.
Muito obrigado.
(aplausos)
Última edição por Galiza em Seg Nov 26, 2012 10:14 pm, editado 1 vez(es)
Re: Galiza, hora zero
Em Lisboa continuam a fazer fisgas com os dedos para que a Galiza declare independência total... Mais uma vez Lisboa expede missivas a exortar o governo galego à independência do "jugo madrileno" com o óbvio patrocínio português...
Re: Galiza, hora zero
Depois do discurso do Presidente, os grupos políticos fazerão as suas valorações.
O primeiro em faze-lo será Alberto Otero, presidente da secção regional galega de Aliança Popular e anterior Presidente da Xunta. AP é o maior grupo parlamentar do Parlamento Galego, mas está na oposição ao ser governada a Xunta pelo pacto tripartito FS-AxG-CDG. Todavia, AP era o partido governante em Espanha no momento da Crise de Maio, controlando portanto a administração do Estado Espanhol na Galiza, nomeadamente a Segurança, as Forças Armadas e a Fazenda.
No comezo da Crise de Maio, o “Acordo da Coruña” entre o Presidente da Xunta e o Delegado do Governo Espanhol na Galiza deu nascimento ao actual Conselho Geral, o que constitui um pacto implícito que dá entrada à AP em certas funções de governo (as da Administração do Estado antes ditas: Segurança, Fazenda e Forças Armadas). Apesar disso, a AP tem continuado a estar na oposição no Parlamento da Galiza, sem ter entrado na Xunta, e tendo votado contra a maior parte das leis aprovadas pela maioría parlamentar de socialistas e galeguistas. Alberto Otero tem protestado contra esta situação.
Aliás, o chamado “Governo do Estado Espanhol Reconstituido”, recentemente estabelecido em Madrid e controlado principalmente por dirigentes de AP, vem reclamando desde há semanas o reconhecimento por parte das autoridades galegas, e a AP da Galiza apoia esse reconhecimento sem hesitações. Contudo, o Presidente da Xunta tem adiado a sua decisão sobre esse reconhecimento, aguardando que seja a Assembleia a que a tome. A questão é muito difícil, pois a legitimidade do Governo de Madrid é dubidosa e existe outro “Governo Provisório da III República Espanhola” com base em Sevilha. Na Galiza, os socialistas prefirem reconhecer ao governo de Sevilha, embora ser mais fraco do que o de Madrid (ao que consideram ilegítimo e autoritário), e os partidos galeguistas apostam por não reconhecer nenhum governo espanhol e declarar a independência.
Fala Alberto Otero:
O primeiro em faze-lo será Alberto Otero, presidente da secção regional galega de Aliança Popular e anterior Presidente da Xunta. AP é o maior grupo parlamentar do Parlamento Galego, mas está na oposição ao ser governada a Xunta pelo pacto tripartito FS-AxG-CDG. Todavia, AP era o partido governante em Espanha no momento da Crise de Maio, controlando portanto a administração do Estado Espanhol na Galiza, nomeadamente a Segurança, as Forças Armadas e a Fazenda.
No comezo da Crise de Maio, o “Acordo da Coruña” entre o Presidente da Xunta e o Delegado do Governo Espanhol na Galiza deu nascimento ao actual Conselho Geral, o que constitui um pacto implícito que dá entrada à AP em certas funções de governo (as da Administração do Estado antes ditas: Segurança, Fazenda e Forças Armadas). Apesar disso, a AP tem continuado a estar na oposição no Parlamento da Galiza, sem ter entrado na Xunta, e tendo votado contra a maior parte das leis aprovadas pela maioría parlamentar de socialistas e galeguistas. Alberto Otero tem protestado contra esta situação.
Aliás, o chamado “Governo do Estado Espanhol Reconstituido”, recentemente estabelecido em Madrid e controlado principalmente por dirigentes de AP, vem reclamando desde há semanas o reconhecimento por parte das autoridades galegas, e a AP da Galiza apoia esse reconhecimento sem hesitações. Contudo, o Presidente da Xunta tem adiado a sua decisão sobre esse reconhecimento, aguardando que seja a Assembleia a que a tome. A questão é muito difícil, pois a legitimidade do Governo de Madrid é dubidosa e existe outro “Governo Provisório da III República Espanhola” com base em Sevilha. Na Galiza, os socialistas prefirem reconhecer ao governo de Sevilha, embora ser mais fraco do que o de Madrid (ao que consideram ilegítimo e autoritário), e os partidos galeguistas apostam por não reconhecer nenhum governo espanhol e declarar a independência.
Fala Alberto Otero:
O líder de AP, Alberto Otero escreveu:
Senhoras e senhores deputados:
Depois de seis meses, reunimo-nos todos em Assembleia para avaliar o feito até agora pelo Conselho Geral de Galicia. O Conselho Geral, há que lembra-lo, foi o fruto do acordo entre os dois grandes partidos, Federação Socialista e Aliança Popular, feito pelo bem da estabilidade e a seguridade da Galiza. Foi um acordo entre a Xunta, presidida por um socialista, e as instituções do Governo Central Espanhol, dirigidas pela AP.
O senhor Carballo fez um relato no que, imaginamos que por falta de tempo, esqueceu fazer referência à decisiva contribuição da AP. Deve ser admitida e reconhecida, e digo-o desde a modéstia: sob a direcção do Delegado do Governo de Espanha na Galiza e Vicepresidente do Conselho Geral, Elías Aldán, as forças de segurança e as forças armadas trabalharam às ordens do Conselho e pelo bem da região. Por isso peço um reconhecimento para ele.
(aplausos)
E isso apesar da nossa quase-marginalização no Parlamento e marginalização total na Xunta: apesar dos nossos oferecimentos sinceros, o Presidente Carballo não quis dar entrada na Xunta à AP, e preferiu manter as alianças prévias à Crise de Maio, sem adaptar seu governo à nova situação. Contudo, e pela nossa responsabilidade e o nosso desinteresse, continuamos a colaborar no Conselho Geral, através do senhor Aldán e outros cargos da AP. Graças à nossa abnegação o senhor Carballo conseguiu ter uma Galiza estável e segura, e com isso pôde atingir uma certa recuperação económica.
Não vou negar a melhora económica, mas também não vou cair no triunfalismo do discurso do senhor Carballo: para chegar à situação actual, a Xunta teve que aumentar os impostos até níveis quase asfixiantes para os nossos empresários e trabalhadores; endividou a Galiza de jeito descontrolado e fez um gasto excesivo em investimentos com pouca rendibilidade, como planos de emprego sem saída que não foram mais do que parches.
Aliás, a Xunta desperdiçou irresponsávelmente excelentes oportunidades para o crescimento económico: negou autorização a vários projectos mineiros, imobiliários, turísticos e comerciais, que teriam trazido grande riqueza e emprego. Por qué? Por um fundamentalismo ambientalista suicida, imposto pelos seus sócios “verdes”: minas de urânio, praias privadas e novos hoteis, fontes seguras de progresso e riqueza, foram banidos pela exigência de ecologistas radicais. Porque, como já disse, o senhor Carballo preferiu aliar-se com qualquer extremista, quer verde, quer vermelho, quer ultragaleguista, antes do que pactar connosco, a AP, um partido que oferecia e dava estabilidade e sensatez. Que preço pagou Galiza por essa obstinação?
(protestos desde a Asembleia)
Mas isso não foi o pior, senhoras e senhores. Aproveitando a situação, o Parlamento Galego tem aprovado medidas que excedem a sua legitimação, respondendo a uma agenda política radical e claramente orientada pelas aspirações separatistas dos aliados nacionalistas do Presidente Carballo, que visam estabelecer na Galiza um régime ultranacionalista de extrema esquerda. A lista é interminável: um programa de verdadeiro extremismo nos campos do aborto, a eutanásia, a investigação com embriões, o casamento, a adopção homossexual... o seu governo tem mantido uma verdadeira perseguição contra a Igreja Católica, a fe maioritária dos galegos, expulsando a religião das escolas, negando financiamento à Igreja, intervindo o seu património, exigindo-lhe novos impostos, ignorando a sua contribução à sociedade e atacando-a gratuitamente...
O Parlamento, pelas pressões dos ultranacionalistas e com a complicidade dos socialistas, aprovou medidas de inspiração separatista e antiespanhola que chegam à xenofóbia e o totalitarismo: proibiram as touradas, nas escolas impõem o galego e perseguem o castelhano, modificaram a organização das autarquias galegas rompendo o estabelecido pela legislação espanhola de superior nível, toleram a queima de bandeiras espanholas por parte de grupos radicais independentistas... até modificaram a lei eleitoral, limitaram o financiamento dos partidos, limitaram os mandatos políticos, mudaram o sistema de nomeamento de juizes e até criaram uma verdadeira censura com a mal chamada “Lei de Responsabilidade Informativa”, abrindo o caminho a um régime ditatorial de opressão ultranacionalista.
(apupos e desqualificações de parte de Assembleia)
Era isso tudo necessário para superar a crise económica e institucional? São estas as medidas que há que tomar para manter a estabilidade da região? Ou foi que os seus sócios radicais aproveitaram esta grave crise para poder fazer o que nunca poderiam fazer em situação normal, e lhe impuseram o seu programa extremista tirando proveito da crise e da sua submissão a eles?
(seguem os vaios - o presidente da Assembleia pede silêncio)
Apesar disso, desde a Aliança Popular toleramos com paciência esses excessos, pelo bem maior da estabilidade do país, e acreditamos, ou quissemos acreditar, que o senhor Presidente agiu deste jeito porque tinha que fazer algumas concessões aos seus aliados, para mante-los do lado das instituções, e não “no monte”. Mas sempre advertimos que isso era um grave erro e que a gravidade da situação exigia um profundo compromisso dos dois grandes partidos, acima de divissões ideológicas e desejos de poder, e longe desses extremismos e programas máximos. Foi por essa responsabilidade pelo que, apesar de tudo, a AP colaborou com o Presidente da Xunta, com a nossa contribuição dentro do Conselho Geral.
Felizmente, a fase mais grave da crise já passou. A Galiza manteve a estabilidade e o Governo de Espanha foi restaurado, e entramos em uma nova fase. O senhor Presidente não quis fazer recomendações à Assembleia, mas desde a Aliança Popular consideramos que esta situação grave exige responsabilidade e sensatez por parte de todos nós. Por isso nós estamos cá para fazer a proposição mais sensata: acavemos com as situações de provisoriedade e as incertezas. Recuperemos a estabilidade e a normalidade neste país, para garantizar a seguridade e o futuro. Houve coisas que se fizeram bem, é de justiça reconhece-lo. Mas também houve coisas que se fizeram muito mal, e isso deve ser arranjado. Por isso, esta é a nossa proposição à Assembleia:(mais vaios e aplausos)
- Reconhecimento imediato do novo Governo Espanhol restaurado em Madrid.
- Devolução ao governo de Madrid das potestades e poderes do Estado que tem exercido o Conselho Geral.
- Formação na Xunta dum novo governo de concentração, formado pelos dois grandes partidos nacionais, Aliança Popular e Federação Socialista. Este governo deverá ser presidido pela minha pessoa, como chefe do partido mais votado, e estará aberto ao apoio das outras forças políticas, desde que respeitem a ordem constitucional e a unidade do Reino de Espanha.
- Revisão da legislação aprovada nestes meses para anular as medidas anticlericais, ultranacionalistas e ditatoriais adoptadas.
Este é o caminho da ordem, do Estado de Dereito e do respeito pela Lei. Qualquer outra opção sería uma acção ilegal, porque romperia a legitimidade constitucional: qualquer tentação do secessionismo quimérico colocaria a Xunta fóra da lei e levaria a Galiza a um regime quase-estalinista e ao caos.
(mais vaios e alguns insultos de algúns deputados, como “fascista!” e “mentiroso!” - o presidente da Assembleia interrompe o discurso para restabelecer a ordem)
Por isso pedimos ao Presidente Carballo, pedimos aos senhores deputados da FSG, que deixem de escutar os cantos de sereia do nacionalismo radical e a esquerda extremista separatista, porque acreditamos, ou queremos acreditar, que os socialistas galegos aínda têm bom senso e sensatez. Façam, pois, o que querem a grande maioria dos galegos, que também são espanhois. Por Galiza, por Espanha, e pela liberdade.
(aplausos de parte da Assembleia, apupos de outra parte)
Re: Galiza, hora zero
Em Portugal o caso galego continua a ser acompanhado com grande afinco e atenção por parte das pessoas, em especial no Minho e Trás os Montes, que têm raízes culturais profundas com a Galiza.
O caso Galiza é tema de manchete de jornal desde a crise institucional Espanhola, e o colapso de Espanha. Há um notório entusiasmo dos colunistas e jornalistas portugueses em exortar à independência galega, em especial nos jornais minhotos.
O governo não deixa de estar à margem da questão, ainda para mais numa fase tremenda de afirmação de supremacia política em Portugal, e de afirmação de legitimidade perante o estrangeiro, quer-se arvorar como uma espécie de "patrono dos direitos nacionais dos galegos". É um facto e há sinceridade da parte dos Neo-Setembristas numa Galiza livre, e "senhora do seu destino", ao que os Neo-Setembristas dão ouvidos a todos os galeguistas, desde a esquerda à direita. Já os socialistas... Se a AP já nem recebe sorrisos por ser apoiante de Madrid, estes então são motivo de asco pelas suas facções mais poderosas de Portugal, os Neo-Setembristas e os Integralistas. A "3ª Republica Espanhola" cheira-lhes em tudo a anarco-comunismo, e há mesmo no Conselho de Estado quem exorte a Regente D. Constança, a ser adepta de uma acção militar agressiva sobre a 3ª Republica caso esta venha a controlar toda a Espanha, chegou-se ao cúmulo de ouvir heresias da boca de "super-democratas" como por exemplo numa conversa privada entre D. Constança de Loulé e Osório com este afirmando "prefiro mover esforços para colocar um novo Francisco Franco lá do que ter aquilo convertido num ninho de comunistas à nossa porta!"
O caso Galiza é tema de manchete de jornal desde a crise institucional Espanhola, e o colapso de Espanha. Há um notório entusiasmo dos colunistas e jornalistas portugueses em exortar à independência galega, em especial nos jornais minhotos.
O governo não deixa de estar à margem da questão, ainda para mais numa fase tremenda de afirmação de supremacia política em Portugal, e de afirmação de legitimidade perante o estrangeiro, quer-se arvorar como uma espécie de "patrono dos direitos nacionais dos galegos". É um facto e há sinceridade da parte dos Neo-Setembristas numa Galiza livre, e "senhora do seu destino", ao que os Neo-Setembristas dão ouvidos a todos os galeguistas, desde a esquerda à direita. Já os socialistas... Se a AP já nem recebe sorrisos por ser apoiante de Madrid, estes então são motivo de asco pelas suas facções mais poderosas de Portugal, os Neo-Setembristas e os Integralistas. A "3ª Republica Espanhola" cheira-lhes em tudo a anarco-comunismo, e há mesmo no Conselho de Estado quem exorte a Regente D. Constança, a ser adepta de uma acção militar agressiva sobre a 3ª Republica caso esta venha a controlar toda a Espanha, chegou-se ao cúmulo de ouvir heresias da boca de "super-democratas" como por exemplo numa conversa privada entre D. Constança de Loulé e Osório com este afirmando "prefiro mover esforços para colocar um novo Francisco Franco lá do que ter aquilo convertido num ninho de comunistas à nossa porta!"
Re: Galiza, hora zero
Em Lapália discute-se a questão espanhola no Consulado... As relações com Madrid nunca foram muito boas, e a tendência do Consulado pró-liberal era a de apoiar as independências dos povos espanhóis.
Depois da intervenção em Portugal, o Consulado procurava agora novos aliados em Espanha. Há quem fale de intervenções militares caso o conflito escale, ou simplesmente de ajudas monetárias. Até ao momento, só foram enviadas mensagens de apoio aos movimentos nacionalistas e governos auto-proclamados, disponibilizando-lhes "quaisquer ajudas para garantir a estabilidade na região".
Depois da intervenção em Portugal, o Consulado procurava agora novos aliados em Espanha. Há quem fale de intervenções militares caso o conflito escale, ou simplesmente de ajudas monetárias. Até ao momento, só foram enviadas mensagens de apoio aos movimentos nacionalistas e governos auto-proclamados, disponibilizando-lhes "quaisquer ajudas para garantir a estabilidade na região".
Lapália- Mensagens : 645
Re: Galiza, hora zero
OOC: Bem vou assumir que a aparição do "MAPLAS" foi algo efémero e que esse grupo dissolveu-se...
Com a III República "colada" a Portugal, Lisboa continua a dar voltas na cama durante a noite sem conseguir dormir. Há dois territórios, ocupados por Portugal, que causam apreensão a Lisboa: Olivença e Villa Nueva del Fresno. Em Olivença, há neste momento dois regimentos de infantaria lá aquartelados, estão armados e nas ruas a controlar toda e qualquer movimentação que atente contra a soberania portuguesa sobre esta importante praça. Inclusive os portugueses começaram a por Engenheiros Sapadores a fazer fortificações provisórias.
Já Villa Nueva del Fresno, a coisa é mais "saloia". O Batalhão Guarda Nacional de Almeida foi dispensado para esse local, e começou a erguer barricadas por todo o lado e a cavar trincheiras pouco fundas à pressa. Correm boatos pelas terras da raia seca de que a Republica Espanhola irá reclamar as duas localidades a Portugal e fazer uma invectiva agressiva para as recuperar. O Perfeito da Beira Alta já expôs os relatos a Lisboa, e aguarda resposta.
Com a III República "colada" a Portugal, Lisboa continua a dar voltas na cama durante a noite sem conseguir dormir. Há dois territórios, ocupados por Portugal, que causam apreensão a Lisboa: Olivença e Villa Nueva del Fresno. Em Olivença, há neste momento dois regimentos de infantaria lá aquartelados, estão armados e nas ruas a controlar toda e qualquer movimentação que atente contra a soberania portuguesa sobre esta importante praça. Inclusive os portugueses começaram a por Engenheiros Sapadores a fazer fortificações provisórias.
Já Villa Nueva del Fresno, a coisa é mais "saloia". O Batalhão Guarda Nacional de Almeida foi dispensado para esse local, e começou a erguer barricadas por todo o lado e a cavar trincheiras pouco fundas à pressa. Correm boatos pelas terras da raia seca de que a Republica Espanhola irá reclamar as duas localidades a Portugal e fazer uma invectiva agressiva para as recuperar. O Perfeito da Beira Alta já expôs os relatos a Lisboa, e aguarda resposta.
Re: Galiza, hora zero
A Comunidade Galega de São Paulo e as comunidades Andaluzes presentes no território continental participam ativamente da vida política paulista. Porém os galegos são mais próximos da vida comercial (em especial a pesqueira e a industrial náutica) e por isso possuem maior influência na política nacional.
Visando agradar a comunidade galega paulista e também mantendo a postura história quanto à Galícia, o chefe-de-estado em exercício, o Presidente Faria Lima declarou "total e irrestrito apoio à Causa Galega", afirmando também acreditar ser "inalienável o direito de autodeterminação dos povos, liberdade e democracia".
Visando agradar a comunidade galega paulista e também mantendo a postura história quanto à Galícia, o chefe-de-estado em exercício, o Presidente Faria Lima declarou "total e irrestrito apoio à Causa Galega", afirmando também acreditar ser "inalienável o direito de autodeterminação dos povos, liberdade e democracia".
São Paulo- Mensagens : 467
Re: Galiza, hora zero
OOC: Isso é "show off" governamental para acicatar a opinião pública contra a 3ª Republica
Re: Galiza, hora zero
Com estabilidade alcançada após o acordo entre reformdores e o partido de McHitler o Imperador anunciou oficialmente que a Comunidade dos Estados Livres assumiria a soberania sobre as Canárias, as Baleares e as possessões espanholas na costa africana, enviando para lá Batalhões de Libertação e anunciando que estas formariam um novo estado da Commonwealth, o Reino Ultramarino de Aragão.
Entretanto enviou uma missiva à Assembleia Provisória em que alertava para a necessidade urgente da independência total da Galiza.
Entretanto enviou uma missiva à Assembleia Provisória em que alertava para a necessidade urgente da independência total da Galiza.
Commonwealth- Mensagens : 911
Re: Galiza, hora zero
Commonwealth escreveu:Com estabilidade alcançada após o acordo entre reformdores e o partido de McHitler o Imperador anunciou oficialmente que a Comunidade dos Estados Livres assumiria a soberania sobre as Canárias, as Baleares e as possessões espanholas na costa africana, enviando para lá Batalhões de Libertação e anunciando que estas formariam um novo estado da Commonwealth, o Reino Ultramarino de Aragão.
OOC: Que Baleares, que Canárias e que possessões ónde?
Re: Galiza, hora zero
Galiza escreveu:Commonwealth escreveu:Com estabilidade alcançada após o acordo entre reformdores e o partido de McHitler o Imperador anunciou oficialmente que a Comunidade dos Estados Livres assumiria a soberania sobre as Canárias, as Baleares e as possessões espanholas na costa africana, enviando para lá Batalhões de Libertação e anunciando que estas formariam um novo estado da Commonwealth, o Reino Ultramarino de Aragão.
OOC: Que Baleares, que Canárias e que possessões ónde?
Cheguei um bocado tarde... Estou a fazer como fez o Portugal ao anexar Olivença e Vila-não-sei-das-quantas.
Commonwealth- Mensagens : 911
Re: Galiza, hora zero
OOC: já, mas o território chamado Espanha no nosso mapa não tem nenhuma ilha nem possessão nenhuma em ultramar.
Re: Galiza, hora zero
OOC: vou avançar isto de uma vez...
Os debates na Assembléia estiveram muitos dias sem avanços, mas as coisas já começavam a se esclarecer. Em geral, todos estavam satisfeitos com a gestão do Conselho Geral, e o presidente Carballo receveu apoio de todos os partidos pelo feito até agora.
Apenas a AP insistia na formação de um novo governo AP-FS sem os galeguistas, e a UDP apoiava essa opção. Os demais preferiam deixar o Conselho como estava (FS na presidência, FS, AxG e CDG na Xunta, e AP na vicepresidência e na Delegação), argumentando que desse jeito estavam representadas mais forças políticas e o Conselho Geral seria mais plural e representativo, além de mais equilibrado (do outro jeito apenas estariam AP e FS no Conselho Geral e AP teria demassiado poder face aos demais). Portanto, a proposição da AP para a formação dum novo governo é rapidamente rejeitada por 51 votos contra 50.
A questão de "qué fazer agora" foi, contudo, a que centrou os debates, tanto na sala como nos corredores. Dos 101 membros da Assembléia, 50 (AP e UDP) apoiavam claramente reconhecer ao governo de Madrid: apenas precisavam um voto mais, mas se apresentavam a proposta a votação, diretamente, sabiam que haviam obter 51 votos contra e que seria chumbada. Por isso os dirigentes da AP estavam a trabalhar mais nas conversas de corredores do que na própria Assembléia. Alguns deputados socialistas podiam votar a favor, e com eles é que estavam a falar, reservadamente.
No outro bando havia divissão: os galeguistas de AxG e CDG, e o deputado "verdi-vermelho" da IES (15 votos), apoiavam a convocatória de eleições para uma assembléia de carácter constituinte, com a idéia de que essa assembleia, erigida em assembléia soberana da nação galega (e com uma composição mais favorável para eles do que a actual, embora isto não o dissessem) pudesse declarar a independência. Apenas os 5 deputados do MPU opinavam abertamente que havia que declarar a independência já, mas vendo a correlação de forças da Assembléia, um mínimo sentido do realismo aconselháva-lhes apoiar a opção dos outros (apesar que o "romantismo" dos militantes do partido falava em proclamações solenes e berros de rebeldia).
Por tanto, a "luta" havia ser decidida entre os 31 deputados socialistas. Moitos deles não sabiam o que queriam; alguns estavam contra a independência, mas não gostavam do governo de Madrid; outros queriam reconhecer o governo espanhol, mas não o de Madrid, mas o de Sevilla (mas sabiam que esta opção não havia conseguir nenhum apoio, aparte do seu).
Outros (os mais) estavam dispostos a apoiar a eleição duma assembléia constituinte que faziam os seus sócios de governo de AxG e CDG. Esta opção não era apenas apoiada por deputados próximos aos galeguistas e com simpatias independentistas, mas também por deputados mais "espanholistas", que consideravam que a maioria do povo não apoiava a independência e que a assembléia eligida não teria maioria independentista. Aliás, consideravam que a Assembléia Provisória actual não tinha direito a decidir uma coisa tão importante como esta (independência ou união a Madrid), pois estava formada por deputados eleitos para outras coisas, antes da queda do Estado Espanhol. Era necessário que o povo desse a sua opinião através dumas eleições novas. Estes foram os argumentos que deram algúns deputados socialistas aos deputados da AP, quando éstes lhes propusseram que votassem pelo governo de Madrid.
Com isto semelhava que a opção das eleições havia ganhar... mas nem isso era seguro. A divissão de opiniões dentro do grupo socialista, e os centos de reuniões em restaurantes, conversas de corredor e telefonemas que tinha havido arredor dos seus deputados (com os "espanholistas" e os "galeguistas" tentando atrae-los ao seu bando), tinham gerado um clima de suspeita e quase paranóia: o próprio Presidente Carballo, muitos dos seus deputados mais fieis e os seus aliados nacionalistas, suspeitavam que, chegado o momento de votar, um deputado socialista qualquer podia "trair" a disciplina de voto e fazer ganhar a AP e o governo de Madrid. O Presidente Carballo pensava que isto não era um assunto que pudesse ser decidido por apenas um voto e que era necessária uma solução com mais apoio.
Passaram dias de discursos e discussões, mas o tempo dado para que a Assembléia decidisse estava próximo a acabar. Afinal haveria que votar uma resolução.
Os debates na Assembléia estiveram muitos dias sem avanços, mas as coisas já começavam a se esclarecer. Em geral, todos estavam satisfeitos com a gestão do Conselho Geral, e o presidente Carballo receveu apoio de todos os partidos pelo feito até agora.
Apenas a AP insistia na formação de um novo governo AP-FS sem os galeguistas, e a UDP apoiava essa opção. Os demais preferiam deixar o Conselho como estava (FS na presidência, FS, AxG e CDG na Xunta, e AP na vicepresidência e na Delegação), argumentando que desse jeito estavam representadas mais forças políticas e o Conselho Geral seria mais plural e representativo, além de mais equilibrado (do outro jeito apenas estariam AP e FS no Conselho Geral e AP teria demassiado poder face aos demais). Portanto, a proposição da AP para a formação dum novo governo é rapidamente rejeitada por 51 votos contra 50.
A questão de "qué fazer agora" foi, contudo, a que centrou os debates, tanto na sala como nos corredores. Dos 101 membros da Assembléia, 50 (AP e UDP) apoiavam claramente reconhecer ao governo de Madrid: apenas precisavam um voto mais, mas se apresentavam a proposta a votação, diretamente, sabiam que haviam obter 51 votos contra e que seria chumbada. Por isso os dirigentes da AP estavam a trabalhar mais nas conversas de corredores do que na própria Assembléia. Alguns deputados socialistas podiam votar a favor, e com eles é que estavam a falar, reservadamente.
No outro bando havia divissão: os galeguistas de AxG e CDG, e o deputado "verdi-vermelho" da IES (15 votos), apoiavam a convocatória de eleições para uma assembléia de carácter constituinte, com a idéia de que essa assembleia, erigida em assembléia soberana da nação galega (e com uma composição mais favorável para eles do que a actual, embora isto não o dissessem) pudesse declarar a independência. Apenas os 5 deputados do MPU opinavam abertamente que havia que declarar a independência já, mas vendo a correlação de forças da Assembléia, um mínimo sentido do realismo aconselháva-lhes apoiar a opção dos outros (apesar que o "romantismo" dos militantes do partido falava em proclamações solenes e berros de rebeldia).
Por tanto, a "luta" havia ser decidida entre os 31 deputados socialistas. Moitos deles não sabiam o que queriam; alguns estavam contra a independência, mas não gostavam do governo de Madrid; outros queriam reconhecer o governo espanhol, mas não o de Madrid, mas o de Sevilla (mas sabiam que esta opção não havia conseguir nenhum apoio, aparte do seu).
Outros (os mais) estavam dispostos a apoiar a eleição duma assembléia constituinte que faziam os seus sócios de governo de AxG e CDG. Esta opção não era apenas apoiada por deputados próximos aos galeguistas e com simpatias independentistas, mas também por deputados mais "espanholistas", que consideravam que a maioria do povo não apoiava a independência e que a assembléia eligida não teria maioria independentista. Aliás, consideravam que a Assembléia Provisória actual não tinha direito a decidir uma coisa tão importante como esta (independência ou união a Madrid), pois estava formada por deputados eleitos para outras coisas, antes da queda do Estado Espanhol. Era necessário que o povo desse a sua opinião através dumas eleições novas. Estes foram os argumentos que deram algúns deputados socialistas aos deputados da AP, quando éstes lhes propusseram que votassem pelo governo de Madrid.
Com isto semelhava que a opção das eleições havia ganhar... mas nem isso era seguro. A divissão de opiniões dentro do grupo socialista, e os centos de reuniões em restaurantes, conversas de corredor e telefonemas que tinha havido arredor dos seus deputados (com os "espanholistas" e os "galeguistas" tentando atrae-los ao seu bando), tinham gerado um clima de suspeita e quase paranóia: o próprio Presidente Carballo, muitos dos seus deputados mais fieis e os seus aliados nacionalistas, suspeitavam que, chegado o momento de votar, um deputado socialista qualquer podia "trair" a disciplina de voto e fazer ganhar a AP e o governo de Madrid. O Presidente Carballo pensava que isto não era um assunto que pudesse ser decidido por apenas um voto e que era necessária uma solução com mais apoio.
Passaram dias de discursos e discussões, mas o tempo dado para que a Assembléia decidisse estava próximo a acabar. Afinal haveria que votar uma resolução.
Re: Galiza, hora zero
Começava a última sessão da Assembléia Provisória, com os deputados, jornalistas e público muito excitados. Mas nem todos estavam assim: as olheiras dos principais líderes partidários mostravam que eles estiveram a negociar até altas horas da madrugada. Estiveram toda a noite buscando uma possível saída para o “impasse” no que estavam. O presidente da Xunta, Xosé Lois Carballo, apoiava a cabeça na mão tentando resistir o sono. Apenas aguardava a votação para ir dormir.
Tinha sido uma noite muito longa. Apenas 24 horas antes semelhava que por 51 a 50 haviam decidir convocar eleições a uma nova assembléia de caráter constituinte. Mas Carballo, como chefe dos socialistas, não queria que, no último minuto, um dos seus deputados estragasse tudo apoiando a proposta dos adversários, e por isso o grupo parlamentar socialista esteve reunido toda a noite, para assegurar a lealdade de todos. A opção de chamar a eleições já era clara para todos os galeguistas, e finalmente todos os socialistas acabaram por aceitar: apesar de vários deputados socialistas estar contra a independência, afinal foram convencidos apelando às suas convicções democráticas: as eleições dão a possibilidade de que delas saia uma maioria não independentista. Aliás, ainda que quisessem “seguir em Espanha”, não gostavam do governo autoritário de Madrid: era melhor que fossem os cidadãos os que decidissem esse assunto. Por tanto, com isto (exceto por possíveis envelopes com dinheiro na última hora), semelhava assegurada essa maioria de 51 votos pelas que já eram chamadas “eleições constituintes”.
Mas isso não era suficiente. Carballo não queria uma decisão por 51 votos contra 50, pois era uma maioria muito fraca: havia que atrair à AP, pois sempre eram os seus sócios dentro do Conselho Geral e tinham (actualmente) quase a metade dos votos. Por isso enquanto os seus deputados estavam reunidos para convencer aos duvidosos, Carballo falava com o vice-presidente do Conselho Geral, Elías Aldán, e o líder da AP, Alberto Otero, para convencê-los também.
A posição da AP era muito firme: antes de quaisquer eleições havia que “restabelecer a legalidade constitucional” e reconhecer ó governo de Madrid (o que era um jeito de disfarçar o seu espanholismo acérrimo – muitos dos “populares” nunca acreditaram nem na autonomia da Galiza). Carballo e os socialistas nem pensavam em tal coisa, mas tentar convencer aos da AP de não reconhecer Madrid era perder o tempo. Aquele jogo de xadrez chegara a uma situação de empate.
“Nós não nos importamos em convocar umas eleições, mas depois de reconhecer o governo de Madrid, que é o legítimo governo de Espanha ao que devemos lealdade”, ofereceu Otero como “transação”. “Seu falsário filho da puta...”, pensava Carballo, enquanto Otero continuava: “Podemos aprovar uma moção de reconhecimento, junto duma convocatória de eleições: com os votos de AP e FS, terá o 80% da câmara. Que maior consenso do que esse?” Carballo não podia aceitar isso, por vários motivos: primeiro, não aceitava o governo quase ditatorial de Madrid; segundo, tal acordo significaria a sua própria queda, pois os galeguistas retirariam o seu apoio, e a AP teria o controlo. Portanto, era uma armadilha. Carballo estava esgotado e disse-lhe a Otero o que pensava (exceto o de “falsário filho da puta”, obviamente). Semelhava que as negociações acabaram, sem sucesso.
Mas no último momento chegou-lhe a inspiração. Foi no meio da discussão com Otero sobre se o governo de Madrid era legítimo ou não:
OTERO: É o governo legítimo! Está mais do que claro, e por isso não faz sentido seguir adiando o reconhecimento!
CARBALLO: E eu repito-lhe que isso não está assim tão claro. Há outro governo espanhol, o de Sevilla...
OTERO: Mas esses são um grupo não reconhecido...
CARBALLO: Os de Madrid também não foram reconhecidos, apenas por vocês!
OTERO: Por nós e pela maioria do povo!
CARBALLO: A “maioria do povo”? E como é que o senhor sabe isso?
OTERO: Por Deus, não há mais que falar com as pessoas...
CARBALLO: Pois isso não é o que me dizem as pessoas a mim. Eu escuto dizer que os de Madrid são uns fachos que mandam pela força...
OTERO: Olhe as sondagens nos jornais e verá: os cidadãos querem reconhecer o governo de Madrid.
CARBALLO: E se o submetemos a referendo?
OTERO: Referendo?
CARBALLO: Chamemos aos cidadãos a votar se reconhecem ao de Madrid como governo legítimo ou não, ou se preferem as eleições que lhe propomos desde a Xunta. Olhe, Otero: é a solução mais justa e democrática. Se o que você afirma é certo, os cidadãos o apoiarão.
Otero não acabava de gostar, pois para ele a legitimidade do governo madrileno estava fora de discussão... mas era consciente de que os socialistas não gostavam dele, e que o único que os podia fazer mudar de opinião era um mandato claro dos cidadãos expressado nas urnas. Não gostava da opção das eleições que propunham os galeguistas, porque estes queriam converte-las num processo constituinte para criar um novo estado independente... mas o referendo era outra coisa mais “segura”, de apenas “sim” ou “não”. Otero tinha, aliás, a certeza de que o havia ganhar.
Isso era o que finalmente acordaram e o que haviam levar a votação na Assembléia: convocar-se-ia um referendo para que os galegos escolhessem entre reconhecer o governo de Madrid e colocar-se baixo a sua soberania, ou a eleição de uma assembléia nova, que com um mandato renovado dos cidadãos havia decidir o futuro do país.
Carballo ainda teve que se reunir com os seus sócios galeguistas para convencê-los de que o seu acordo com Otero era a melhor solução. Foi no pequeno almoço, quase caindo do sono, antes da reunião da Assembléia. No começo os sócios não estavam contentes, pois eles queriam ir diretamente às eleições, sem o passo prévio do referendo: “Imos fazer um referendo para perguntar ao pessoal se quere votar? Isso é absurdo!”, dizia o líder de AxG, Antón López Bao. Mas afinal Carballo utilizou os mesmos argumentos com os que tinha convencido a Otero: fazer que todos acreditem que vão ganhar o referendo.
Contudo, ainda havia quem não concordava: os galeguistas mais radicais, do MPU (com 5 deputados), que já tinham renunciado a proclamar a independência imediatamente, não estavam dispostos a aceitar esta nova cessão. Os mais espanholista (a deputada da UDP e vários da AP) também não estavam contentes com ter submetido a “espanholidade” a referendo, quando para eles era uma coisa inegociável. Mas apesar disso, era melhor chegar a um acordo com perto de 90 votos favoráveis do que aprovar uma moção por apenas 51 a 50 votos.
Agora, enquanto Carballo lembrava o acontecido nas últimas 24 longas horas, chegava o momento da votação. Depois dos discursos (Carballo tinha “delegado” no porta-voz do grupo socialista para defender a proposta, pois ele já nem tinha forças – levava mais de 24 horas sem apenas dormir), falou a presidenta da Assembléia:
Por fim as coisas começavam a se mover. Haveria um referendo que decidiria o futuro da Galiza.
Tinha sido uma noite muito longa. Apenas 24 horas antes semelhava que por 51 a 50 haviam decidir convocar eleições a uma nova assembléia de caráter constituinte. Mas Carballo, como chefe dos socialistas, não queria que, no último minuto, um dos seus deputados estragasse tudo apoiando a proposta dos adversários, e por isso o grupo parlamentar socialista esteve reunido toda a noite, para assegurar a lealdade de todos. A opção de chamar a eleições já era clara para todos os galeguistas, e finalmente todos os socialistas acabaram por aceitar: apesar de vários deputados socialistas estar contra a independência, afinal foram convencidos apelando às suas convicções democráticas: as eleições dão a possibilidade de que delas saia uma maioria não independentista. Aliás, ainda que quisessem “seguir em Espanha”, não gostavam do governo autoritário de Madrid: era melhor que fossem os cidadãos os que decidissem esse assunto. Por tanto, com isto (exceto por possíveis envelopes com dinheiro na última hora), semelhava assegurada essa maioria de 51 votos pelas que já eram chamadas “eleições constituintes”.
Mas isso não era suficiente. Carballo não queria uma decisão por 51 votos contra 50, pois era uma maioria muito fraca: havia que atrair à AP, pois sempre eram os seus sócios dentro do Conselho Geral e tinham (actualmente) quase a metade dos votos. Por isso enquanto os seus deputados estavam reunidos para convencer aos duvidosos, Carballo falava com o vice-presidente do Conselho Geral, Elías Aldán, e o líder da AP, Alberto Otero, para convencê-los também.
A posição da AP era muito firme: antes de quaisquer eleições havia que “restabelecer a legalidade constitucional” e reconhecer ó governo de Madrid (o que era um jeito de disfarçar o seu espanholismo acérrimo – muitos dos “populares” nunca acreditaram nem na autonomia da Galiza). Carballo e os socialistas nem pensavam em tal coisa, mas tentar convencer aos da AP de não reconhecer Madrid era perder o tempo. Aquele jogo de xadrez chegara a uma situação de empate.
“Nós não nos importamos em convocar umas eleições, mas depois de reconhecer o governo de Madrid, que é o legítimo governo de Espanha ao que devemos lealdade”, ofereceu Otero como “transação”. “Seu falsário filho da puta...”, pensava Carballo, enquanto Otero continuava: “Podemos aprovar uma moção de reconhecimento, junto duma convocatória de eleições: com os votos de AP e FS, terá o 80% da câmara. Que maior consenso do que esse?” Carballo não podia aceitar isso, por vários motivos: primeiro, não aceitava o governo quase ditatorial de Madrid; segundo, tal acordo significaria a sua própria queda, pois os galeguistas retirariam o seu apoio, e a AP teria o controlo. Portanto, era uma armadilha. Carballo estava esgotado e disse-lhe a Otero o que pensava (exceto o de “falsário filho da puta”, obviamente). Semelhava que as negociações acabaram, sem sucesso.
Mas no último momento chegou-lhe a inspiração. Foi no meio da discussão com Otero sobre se o governo de Madrid era legítimo ou não:
OTERO: É o governo legítimo! Está mais do que claro, e por isso não faz sentido seguir adiando o reconhecimento!
CARBALLO: E eu repito-lhe que isso não está assim tão claro. Há outro governo espanhol, o de Sevilla...
OTERO: Mas esses são um grupo não reconhecido...
CARBALLO: Os de Madrid também não foram reconhecidos, apenas por vocês!
OTERO: Por nós e pela maioria do povo!
CARBALLO: A “maioria do povo”? E como é que o senhor sabe isso?
OTERO: Por Deus, não há mais que falar com as pessoas...
CARBALLO: Pois isso não é o que me dizem as pessoas a mim. Eu escuto dizer que os de Madrid são uns fachos que mandam pela força...
OTERO: Olhe as sondagens nos jornais e verá: os cidadãos querem reconhecer o governo de Madrid.
CARBALLO: E se o submetemos a referendo?
OTERO: Referendo?
CARBALLO: Chamemos aos cidadãos a votar se reconhecem ao de Madrid como governo legítimo ou não, ou se preferem as eleições que lhe propomos desde a Xunta. Olhe, Otero: é a solução mais justa e democrática. Se o que você afirma é certo, os cidadãos o apoiarão.
Otero não acabava de gostar, pois para ele a legitimidade do governo madrileno estava fora de discussão... mas era consciente de que os socialistas não gostavam dele, e que o único que os podia fazer mudar de opinião era um mandato claro dos cidadãos expressado nas urnas. Não gostava da opção das eleições que propunham os galeguistas, porque estes queriam converte-las num processo constituinte para criar um novo estado independente... mas o referendo era outra coisa mais “segura”, de apenas “sim” ou “não”. Otero tinha, aliás, a certeza de que o havia ganhar.
Isso era o que finalmente acordaram e o que haviam levar a votação na Assembléia: convocar-se-ia um referendo para que os galegos escolhessem entre reconhecer o governo de Madrid e colocar-se baixo a sua soberania, ou a eleição de uma assembléia nova, que com um mandato renovado dos cidadãos havia decidir o futuro do país.
Carballo ainda teve que se reunir com os seus sócios galeguistas para convencê-los de que o seu acordo com Otero era a melhor solução. Foi no pequeno almoço, quase caindo do sono, antes da reunião da Assembléia. No começo os sócios não estavam contentes, pois eles queriam ir diretamente às eleições, sem o passo prévio do referendo: “Imos fazer um referendo para perguntar ao pessoal se quere votar? Isso é absurdo!”, dizia o líder de AxG, Antón López Bao. Mas afinal Carballo utilizou os mesmos argumentos com os que tinha convencido a Otero: fazer que todos acreditem que vão ganhar o referendo.
Contudo, ainda havia quem não concordava: os galeguistas mais radicais, do MPU (com 5 deputados), que já tinham renunciado a proclamar a independência imediatamente, não estavam dispostos a aceitar esta nova cessão. Os mais espanholista (a deputada da UDP e vários da AP) também não estavam contentes com ter submetido a “espanholidade” a referendo, quando para eles era uma coisa inegociável. Mas apesar disso, era melhor chegar a um acordo com perto de 90 votos favoráveis do que aprovar uma moção por apenas 51 a 50 votos.
Agora, enquanto Carballo lembrava o acontecido nas últimas 24 longas horas, chegava o momento da votação. Depois dos discursos (Carballo tinha “delegado” no porta-voz do grupo socialista para defender a proposta, pois ele já nem tinha forças – levava mais de 24 horas sem apenas dormir), falou a presidenta da Assembléia:
Em menos de um minuto já havia resultado:Submete-se a votação a proposta nº 29 apresentada pelo Conselho Geral: realização de uma consulta eleitoral à população para decidir entre o reconhecimento do chamado “Governo do Estado Espanhol Restaurado”, ou a eleição de uma assembléia renovada que decida o futuro constitucional da Galiza. Começa a votação.
Tinha havido menos votos favoráveis dos que se aguardavam (a abstenção de um deputado de AxG e tantos votos não favoráveis da AP – até 9 – foram uma surpresa), mas finalmente a proposição tinha sido aprovada, com quase o 85% de apoio (85 votos de 101).A FAVOR: 85 votos (40 da AP, 31 da FSG, 7 de AxG, 6 do CDG e 1 de IES)
CONTRA: 7 votos (4 do MPU e 3 da AP)
ABSTENÇÕES: 9 votos (1 de UDP, 1 de AxG, 1 do MPU e 6 da AP)
Por fim as coisas começavam a se mover. Haveria um referendo que decidiria o futuro da Galiza.
Re: Galiza, hora zero
A campanha do referendo estava a decorrer com maior actividade da aguardada. Os partidos políticos multiplicavam os seus actos e comícios por uma opção ou a outra, embora os membros do Conselho Geral (especialmente o Presidente Carballo, partidário da assembléia, e o Vicepresidente Aldán, partidário de Madrid) chegaram a um "acordo de cavalheiros" para não participarem na campanha. Porém, eram os seus partidos os que levavam a voz.
As primeiras sondagens, anteriores à campanha, davam a maioria à "opção A" (reconhecer o governo de Madrid e unir-se à "Espanha Restaurada"). A direita espanholista tinha certeza de que tinham a vitória no bolso e por isso tinha aceitado o referendo, apesar que seus aliados de Madrid abominavam do referendo, pois aceitar faze-lo significava reconhecer, implicitamente, ao povo galego como "sujeito de soberania", e esta votação significava na práctica um exercício do direito de autodeterminação (tão caro aos seus inimigos separatistas e que eles sempre tinham negado). Mas a certeza da AP e os seus mídia próximos na vitória "unionista" era tão grande que consideravam o referendo como um pequeno trâmite, desagradável, mas que seria rapidamente esquecido.
No outro lado, todos os galeguistas (por nacionalismo independentista) e a esquerda (por convição democrática) apoiavam a "opção B" (assembléia soberana), mas no princípio semelhava que o povo não compartilhava as suas razões. Os analistas explicavam a vantagem unionista considerando que o nacionalismo galego nunca tinha sido maioritário, e que os galegos eram em geral conservadores e leais a Espanha. Aliás, depois da grave crise política, com o colapso do Estado Espanhol na "Crise de Maio", e toda a incerteza, os temores e a anarquia que seguiram, os cidadãos apenas queriam restabelecer a estabilidade e a tranquilidade, "regressar à normalidade".
Mas as coisas não eram assim tão simples. Essa imagem dos galegos podia ser aplicada aos idosos, mas os jovens eram diferentes. Embora muitos deles não fossem nacionalistas galegos, a sua "lealdade a Espanha" era mais fraca e "relativa". Tinham vivido sempre num estado democrático e numa Galiza com autogoverno, enquanto os seus pais tinham sido educados no regime da ditadura franquista, um régime ultranacionalista espanhol, que sempre negara qualquer identidade própria e autogoverno à Galiza, e que tinha gravado na maior parte deles, desde a escola, uma identificação quase religiosa com Espanha como "única nação possível". E ainda que os jovens não tivessem vivido o franquismo, tinha perdurado na sociedade a associação "espanholismo extremo = ditadura". Apesar de que alguns movimentos políticos (AP e especialmente a UDP) tinham tentado construir um "espanholismo da democracia", as suas mensagens eram muito minoritárias.
Mas havia outro facto mais determinante para fazer que os jovens não nacionalistas votassem na "opção B" (assembléia constituinte), e estava diretamente relacionado com a Crise de Maio: sentiam-se "atraiçoados por Espanha". Durante anos, durante toda a vida, escutaram que se deviam preparar e estudar para terem bons trabalhos, que Espanha era um país democrático, próspero e bom para viver, e que eles eram o futuro... e afinal converteram-se na "geração à rasca": depois de se preparar para esse futuro prometido, apenas toparam desemprego, bancos a levar o dinheiro do Estado enquanto o governo eliminava serviços sociais, corrupção política, incompetência econômica... e foi por isso pelo que começou a Crise de Maio: os movimentos 15-M, "Democracia Real Já!", as assembléias populares, a #SpanishRevolution... [VER O COMEÇO DESTE RP] A resposta do governo espanhol da altura foi repressão policial, mais retalhadas de serviços e mais mentiras, e afinal aconteceu o que aconteceu.
No tempo do Conselho Geral, na Galiza, as coisas foram-se acalmando, e o Conselho Geral tinha adoptado outras medidas, que tinham acabado por melhorar (e muito) a situação econômica e social destes jovens. E quê fazer agora? Eles desconfiavam dos políticos, e desde o começo tinham dado as costas às instituições tradicionais, criando assembléias e criando propostas: novos sistemas eleitorais mais justos, novas formas de democracia mais direta, novas formas de controle do poder, novas medidas de política económica social...
E este referendo era a oportunidade que sempre sonharam: se se fazia uma assembléia constituinte, poderiam tratar de levar à práctica essas propostas todas, para melhorar a democracia e a condição do povo. A independência da Galiza não lhes preocupava muito: eles queriam é a assembléia. Qual era a outra opção? O governo de Madrid estava dirigido e controlado pelos mesmos políticos que lhes tinham desiludido antes, e apenas ofereciam a volta ao "statu quo" anterior, a Constituição do 78 que a maioria considerava morta e antiquada. E estes novos movimentos populares não queriam isso: queriam uma assembléia na que o povo decidisse uma nova ordem.
Apesar da propaganda espanholista, que tentava meter medo falando de que a Galiza soberana seria un regime ultranacionalista, sem liberdades e na miséria, e pintando estes novos movimentos cidadãos como perigosos grupos subversivos revolucionários comunistas, que querem queimar as igrejas e abolir a propriedade... estes jovens já não acreditam nos políticos e os mídia tradicionais. Têm idéias próprias e sabem organizar-se sozinhos através da internet. Por isso as intenções de voto no referendo estavam a mudar rapidamente e as últimas sondagens já falavam da vitória da "opção B", e esta nova geração havia ter a chave.
As primeiras sondagens, anteriores à campanha, davam a maioria à "opção A" (reconhecer o governo de Madrid e unir-se à "Espanha Restaurada"). A direita espanholista tinha certeza de que tinham a vitória no bolso e por isso tinha aceitado o referendo, apesar que seus aliados de Madrid abominavam do referendo, pois aceitar faze-lo significava reconhecer, implicitamente, ao povo galego como "sujeito de soberania", e esta votação significava na práctica um exercício do direito de autodeterminação (tão caro aos seus inimigos separatistas e que eles sempre tinham negado). Mas a certeza da AP e os seus mídia próximos na vitória "unionista" era tão grande que consideravam o referendo como um pequeno trâmite, desagradável, mas que seria rapidamente esquecido.
No outro lado, todos os galeguistas (por nacionalismo independentista) e a esquerda (por convição democrática) apoiavam a "opção B" (assembléia soberana), mas no princípio semelhava que o povo não compartilhava as suas razões. Os analistas explicavam a vantagem unionista considerando que o nacionalismo galego nunca tinha sido maioritário, e que os galegos eram em geral conservadores e leais a Espanha. Aliás, depois da grave crise política, com o colapso do Estado Espanhol na "Crise de Maio", e toda a incerteza, os temores e a anarquia que seguiram, os cidadãos apenas queriam restabelecer a estabilidade e a tranquilidade, "regressar à normalidade".
Mas as coisas não eram assim tão simples. Essa imagem dos galegos podia ser aplicada aos idosos, mas os jovens eram diferentes. Embora muitos deles não fossem nacionalistas galegos, a sua "lealdade a Espanha" era mais fraca e "relativa". Tinham vivido sempre num estado democrático e numa Galiza com autogoverno, enquanto os seus pais tinham sido educados no regime da ditadura franquista, um régime ultranacionalista espanhol, que sempre negara qualquer identidade própria e autogoverno à Galiza, e que tinha gravado na maior parte deles, desde a escola, uma identificação quase religiosa com Espanha como "única nação possível". E ainda que os jovens não tivessem vivido o franquismo, tinha perdurado na sociedade a associação "espanholismo extremo = ditadura". Apesar de que alguns movimentos políticos (AP e especialmente a UDP) tinham tentado construir um "espanholismo da democracia", as suas mensagens eram muito minoritárias.
Mas havia outro facto mais determinante para fazer que os jovens não nacionalistas votassem na "opção B" (assembléia constituinte), e estava diretamente relacionado com a Crise de Maio: sentiam-se "atraiçoados por Espanha". Durante anos, durante toda a vida, escutaram que se deviam preparar e estudar para terem bons trabalhos, que Espanha era um país democrático, próspero e bom para viver, e que eles eram o futuro... e afinal converteram-se na "geração à rasca": depois de se preparar para esse futuro prometido, apenas toparam desemprego, bancos a levar o dinheiro do Estado enquanto o governo eliminava serviços sociais, corrupção política, incompetência econômica... e foi por isso pelo que começou a Crise de Maio: os movimentos 15-M, "Democracia Real Já!", as assembléias populares, a #SpanishRevolution... [VER O COMEÇO DESTE RP] A resposta do governo espanhol da altura foi repressão policial, mais retalhadas de serviços e mais mentiras, e afinal aconteceu o que aconteceu.
No tempo do Conselho Geral, na Galiza, as coisas foram-se acalmando, e o Conselho Geral tinha adoptado outras medidas, que tinham acabado por melhorar (e muito) a situação econômica e social destes jovens. E quê fazer agora? Eles desconfiavam dos políticos, e desde o começo tinham dado as costas às instituições tradicionais, criando assembléias e criando propostas: novos sistemas eleitorais mais justos, novas formas de democracia mais direta, novas formas de controle do poder, novas medidas de política económica social...
E este referendo era a oportunidade que sempre sonharam: se se fazia uma assembléia constituinte, poderiam tratar de levar à práctica essas propostas todas, para melhorar a democracia e a condição do povo. A independência da Galiza não lhes preocupava muito: eles queriam é a assembléia. Qual era a outra opção? O governo de Madrid estava dirigido e controlado pelos mesmos políticos que lhes tinham desiludido antes, e apenas ofereciam a volta ao "statu quo" anterior, a Constituição do 78 que a maioria considerava morta e antiquada. E estes novos movimentos populares não queriam isso: queriam uma assembléia na que o povo decidisse uma nova ordem.
Apesar da propaganda espanholista, que tentava meter medo falando de que a Galiza soberana seria un regime ultranacionalista, sem liberdades e na miséria, e pintando estes novos movimentos cidadãos como perigosos grupos subversivos revolucionários comunistas, que querem queimar as igrejas e abolir a propriedade... estes jovens já não acreditam nos políticos e os mídia tradicionais. Têm idéias próprias e sabem organizar-se sozinhos através da internet. Por isso as intenções de voto no referendo estavam a mudar rapidamente e as últimas sondagens já falavam da vitória da "opção B", e esta nova geração havia ter a chave.
Re: Galiza, hora zero
Enquanto a bandalheira politica prevalecia na galiza, o neo-setembrismo fortalecia-se e afirmava-se em portugal. O clima jacobino das ruas tinha acabado, as forcas do reviralho militarmente estavam defuntas. Os integralistas continuam a apoiar madrid e o espanholismo, ao passo que os neo setembristas apoiam incondicionalmente os nacionalistas democratas galegos. Os democracia real e o seu pendor libertario horrorizam portugal inteiro, cheiralhes a anarquia...
Re: Galiza, hora zero
Tanto os legalistas quanto os democratas mostram publicamente o seu apoio aos nacionalistas galegos. Esperam que um dia a Galiza se possa tornar um estado da Comunidade.
Commonwealth- Mensagens : 911
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