Hecal, Astartia e Almada em Hecal Town

Por volta das 11h da manhã chega a Hecal Town o Ministro da Diplomacia de Almada, Dr. Sérgio de Melo. A esperá-lo está uma limusina preta de vidros fumados Chrysler 300c Limo - mais conhecida por The Krystal. Ideal para transportar alguém importante nas ruas movimentadas da capital, pois a polícia nunca se aproxima destas limusinas. Quando não são veículos estatais, transportam alguém demasiado importante para ser incomodado.



"Por favor, entre" - disse a Sérgio de Melo o motorista - "o seu congénere Astartiano chegará um pouco mais tarde e, de qualquer forma, terá o seu próprio transporte à sua espera".

O Almadense entrou e assistiu às notícias que davam conta dos testes triestinos do seu novo míssil numa pequena TV dentro da Chrysler. Aproveitou para limpar o suor às mangas da camisa enquanto estava sozinho, pois sabia que não viriam boas notícias da sua visita a Hecal.
Andaram cerca de 10 Km - ou assim pareceu ao Ministro - até avistarem o imponente Palácio Ministerial, um resquício da colonização portuguesa em terras hecali.



Ao chegar ao Palácio, foi imediatamente recebido no parque de estacionamento subterrâneo por um dos assessores de Anthony Mthembu - Ministro das Relações Internacionais que seria anfitrião do triunvirato. Mthembu era conhecido por ser uma pessoa tranquila, mas orgulhosa. Os seus mais chegados nunca se atreveriam a gozar com as suas ideias, pois era sabido que a reacção seria... explosiva.
O Assessor deixou o Almadense em frente a uma porta com batente em ouro e este entrou, dando de caras com o Ministro das Relações Internacionais de Hecal.



"Espero que não se incomode por esperar uns momentos, ainda aguardamos a chegada do Astartiano (ooc: Peter, para a próxima diz o nome). Ainda assim, quero dar-lhe umas palavras em privado: sei que Almada tem uma postura pacifista, o que contrasta com o nosso outro convidado. A situação é potencialmente perigosa, mas tanto quanto sabemos os Triestinos podem estar a planear abrir uma cratera para fazer um lago. Peço-lhe, portanto, que tente manter a calma e que consigamos discutir todos os assuntos que os trouxeram cá sem a necessidade de discussões que nos roubarão tempo precioso".

Quando Sérgio de Melo se preparava para responder, a porta abriu-se e entrou o Ministro dos Negócios Estrangeiros de Astartia.

Sérgio de Melo agradeceu as boas-vindas e retribuiu os cumprimentos. Depois aguardou que os hecalianos se manifestassem, afinal de contas tinham sido eles a convocar este encontro. Melo tinha pela frente um desafio: conjugar o apoio político a Hecal com a política pacifista do governo almadense.

Muito bem meus senhores. Soubemos que Triestin está a armar-se com mísseis que ameaçam Astartia sem necessitarem de outras movimentações militares. Esta ideia arrepia-me, porque sabemos como a instabilidade e a tendência belicista dos Triestinos podem colocar em causa vidas inocentes. Temos ainda suspeitas de uma frota que entrou no nosso território marítimo - da qual ainda não recebemos resposta.
Resumindo, meus caros, estamos assustados com as implicações que tudo isto possa ter e gostaríamos de saber as vossas opiniões em relação ao que deve ser feito.
Astartia foi convocada por ser um território ameaçado e nós sê-lo-emos também devido à proximidade geográfica e à dificuldade de patrulhar os nossos mares de forma eficiente. Almada vem para contrabalançar e dar-nos uma perspectiva fresca.
Sabemos do vosso pacifismo e da tentativa de estreitar relações com os Triestinos. Podem dar-nos outra visão sobre o que consideramos uma catástrofe eminente.

- Sinceramente analisamos a situação de forma menos pessimista. Triestin parece estar apenas a mostrar os dentes, mas realisticamente não possuem capacidade para suster um conflicto numa frente, quanto mais em duas. Por outras palavras, estas acções não são mais que propaganda para consumo interno. A reacção caberá às vossas nações, que certamente não estarão numa situação confortável, mas julgamos que esta deverá passar pela diplomacia.

Meu caro, será que a Diplomacia funciona com os Triestinos? Eu gostaria sinceramente de acreditar que sim...

- A vossa política militar é obviamente uma decisão vossa, aí Almada não tem que opinar. Quanto a outras formas de pressão diplomática, duvido que o parlamento almadense aprove tais medidas enquanto Triestin não violar nenhuma regra internacional. Na questão dos refugiados estamos em total acordo e prontos para ajudar e receber pessoas, mas isso sempre estivemos, as nossas fronteiras estão abertas a cidadãos de todo o mundo.

Pergunto-lhe então, Dr. Sérgio de Melo, como está a planear uma abordagem diplomática com os Triestinos. Espero que não seja necessário relembrá-lo que não há uma única embaixada em Triestin nem eles constroem nenhuma em países estrangeiros. Nem sequer sei se existem diplomatas nesse país! Como propõe que os abordemos?

- Almada está a tentar abrir uma embaixada em Triestin, e como já manifestámos, estamos dispostos a colocar a nossa diplomacia à disposição de qualquer tentativa de diálogo. Em relação a acções mais hostis, não condenaremos publicamente caso decidam ir por essa via, mas como já referi, o parlamento almadense nunca iria aprovar essas acções sem antes haver uma acção ilegal ou abertamente agressiva por parte de Triestin.

-Triestin anda com barcos de guerra a fazer "visitas" ás fronteiras dos nossos estados. Triestin anda a testar misseis e esclarece publicamente na televisão que uma das funções principais de ditos misseis é atingir o meu país. Isto são acções agressivas meu caro, e a população está a ficar amedrontada. Se não condenamos Triestin já, eles vão avançado, vão vendo até onde podem ir, não os podemos deixar pensar que eles dizem "salta!" e todos nós saltamos.

O caro colega levantou uma questão interessante. O terror que estas notícias e movimentações são efectivamente uma acção punível. As nossas populações andam completamente amedrontadas com o que possa acontecer. Mas também não são agressões abertas. Proponho que tentemos, então, estabelecer contacto com os Triestinos... mas sempre com as armas apontadas a eles.

- Compreendemos o efeito destas acções nas populações, mas um governo não se deve precipitar para uma guerra com base nelas. Acabei de receber confirmação de que as negociações com Triestin estão praticamente resolvidas e que em breve teremos uma embaixada em Moscovo, nessa altura poderemos passar uma mensagem.