Encontro Molotov / Melo em Moscovo

O Ministro da Diplomacia de Almada, Sérgio de Melo, chega num dos dias mais frios do ano a Moscovo, onde é saudado por uma unidade da Guarda Popular na Praça Vermelha, um ponto de paragem obrigatório para qualquer diplomata estrangeiro, mesmo que o encontro seja noutro ponto da cidade.




Depois segue a comitiva almadense em direcção à Casa do Soviete Supremo, residência oficial do Presidente e local de trabalho de Stalin edo Comité Central.



Numa sala de reuniões de estilo tradicional czarista, o Comissário Molotov sauda o seu congénere almadense.




- Seja bem-vindo a Triestin, camarada, o que o traz à nossa gloriosa nação?

- Muito obrigado, Sr. Molotov, é um prazer visitar o seu belo país pela primeira vez, espero que seja a primeira de muitas visitas. O que me traz aqui é o facto de Almada querer estabelecer boas relações com todas as nações do mundo e Triestin é a única nação onde não temos uma embaixada. Queremos obviamente que essa situação se altere...

Melo esperou por uma reacção, queria ver em que pé estava com os triestinos, que eram considerados altamente imprevisíveis.

- Para Triestin as boas relações e as embaixadas não são apenas palavras ocas como para os outros países. Trocamos embaixadas com países que nos respeitam e que não participem do passatempo internacional que parece consistir em fazer Triestin passar pelo mau da fita. Quero com isto dizer que não nos relacionamos com países que julgam poder opinar sobre as nossas políticas internas, faço-me entender?

- Com certeza que faz, Sr. Molotov, e posso-lhe garantir que não faz parte do papel de Almada no mundo fazer considerações sobre as políticas internas de outros países. Quaisquer considerações serão sempre feitas em privado, no espírito da diplomacia e das boas relações, e sempre com o maior respeito. Os povos de Almada e Triestin só têm a ganhar com relações diplomáticas abertas entre os nossos países, quer a nível de trocas sociais, como trocas comerciais. As políticas internas de Triestin cabem ao governo e ao povo triestino.

Melo sabia estar a ser altamente hipócrita, conhecendo a ausência de poder que o povo triestino tinha relativamente ao seu destino e às decisões do seu governo, mas o seu trabalho era trazer de Triestin relações diplomáticas abertas, por isso nesta altura a sua opinião pessoal era irrelevante.

- Vamos confiar na sua palavra, Sr. Melo, e confiar que não virão de Almada surpresas desagradáveis que contrariem aquilo que o sr. me disse. De Triestin o seu país receberá apenas paz, darei ainda hoje ordens ao Comissariado que reserve um edifício perto daqui para a embaixada almadense. A embaixada triestina em Almada também será aberta em breve sob uma condição, a embaixada será considerada território nacional triestino e poderemos manter a nossa própria unidade de defesa na mesma, para protecção do nosso staff.

Melo não gosta muito da ideia de ter um grupo armado estrangeiro, mas se era só uma embaixada, não arriscaria toda esta reunião por um pormenor.

- Muito bem, transmitirei a Nova Almada que temos um acordo e disponibilizaremos de imediato um espaço em Nova Almada para receber o vosso embaixador e pessoal diplomático.

- Excelente Sr. Melo, é bom saber que podemos tratar dos nossos assuntos de forma racional e civilizada. Mais algum tema que queira abordar?