A Konseljrummet

A Konseljrummet (Sala do Conselho) é, sem dúvidas, a ala mais importante do Palácio Real de Estocolmo. É lá que se decida toda a política militar, diplomática e dos serviços secretos da Suécia. É uma sala dedicada às reuniões do Rei com o Statsminister, com o Presidente do Riksdag e com os seus conselheiros pessoais. Muitos dizem até que: "A Suécia sem a Sala do Conselho, não era a Suécia".

O Príncipe Carl Philip relatava a queda de Marco Guerrero:

- ... ficou a jorrar sangue durante 10 minutos (se fosse na Suécia, as coisas não seriam assim) e depois chegou a ambulância no maior aparato. Levaram-no para o San Andreas Croix, é provável que sobreviva...

- Eu não acreditava muito nessa possibilidade. - retruca a Princesa Victoria - O que as pessoas mais querem é derrubar a monarquia por lá... Não me admirava se ele morresse de "ataque cardíaco".

- Desde que a revoluçãozita não alastre à Suécia... para nós é igual negociar com uma monarquia ou com uma república. - conclui o Statsminister.


A Diretora Nacional da Polícia Secreta Comercial - Kosapo, Alice Marx, e o Diretor Geral do Escritório Federal de Segurança Externa - Fekys, Erik Carlson, entram na sala:

- Majestade, Altezas, Excelência, é possível que seja sueco! - anunciava, com um certo nervosismo, Alice.

- Sueco quem? Eu sou... - o Rei tenta fazer uma piada, sem muito sucesso.

- O namorado do Guerrero, há um sueco desaparecido em Sarvoya, acreditamos que seja ele. - explica o Diretor Erik.


Alice coloca uma pasta, marca a vermelho com "Konfidentiell", em cima da mesa:

- Aqui está o perfil dele... Está em Sarvoya há quase dez anos. Chama-se Alexander Campbell, 28 anos, 1,78 m, caucasiano, loiro, olhos verdes. É diretor de uma loja da IKEA em San Andreas.

- Percebo porque o Guerrero gostou dele - solta a Princesa Victoria, vendo a fotografia do rapaz.

- Filha, pelo amor de Deus, tem respeito. Tu estás destinada a ser a esposa de alguém importante, não de um simples diretor de uma loja. É a tua função garantir a linhagem de sangue azul. - com isto o Rei mostrava claramente o funcionamento da Família Real.

- Olhem, diz aqui que ele estava inscrito num curso onde o Guerrero deu algumas aulas. - o Príncipe Carl tenta mudar de assunto.

- Sim, Alteza. Já estamos a investigar isso, ao que parece ele ficava sempre mais tempo depois do fim da aula, a falar com o Guerrero. Mas os sarvoyenos estão a dificultar-nos o trabalho. Tentamos solicitar permissão para investigar o desaparecimento e eles recusaram.

- Muito bem... isso significa que os SSS sabem alguma coisa que nós não sabemos. Já sabem como fazer isto, usem todos os meios disponíveis, aumentem os efetivos em Sarvoya.

- Mas Majestade, será que ele é assim tão importante?


O Statsminsiter, que tinha estado calado, responde-lhe:

- Claro que sim, se for sueco é importantíssimo que eles os dois fiquem juntos. Precisamos de aliados, além disso só favoreceria as nossas relações comerciais com San Andreas que é o centro financeiro de Sarvoya. (faz uma pausa) Temos que impedir uma possível república a todo o custo. Falem com os lideres locais, distribuam propaganda. As pessoas vão ter pena do Guerrero e assim a república vai ser esquecida. Precisamos de pintar a imagem dos monarcas como uns coitadinhos, uns servidores do povo, pobres.

- É isso mesmo senhores. Onde tenho que assinar para fazerem isso? - o Rei termina a conversa.

- Skit! Só faltava mais isto, resolve-se uma coisa e aparece logo outra - diz o Ministro da Defesa, sobre o assassinato de D. Afonso.

- Calma, companheiro. Isto não é assim tão mau, Nova Salvador volta a ser a única monarquia autocrática do MERCI, e em breve também resolveremos isso.

- Como assim, Minister (*) !? Isto só vai consolidar os Neo-Setembristas, radicalizar os Integralistas e justificar uma intervenção neo-soteropolitana no Kebbab! Ou Kebrish, ou lá o que é...

- Disso tudo só me preocupa exatamente a consolidação dos Neo-Setembristas. Seria muito mais fácil negociar com o Afonso do que com a Constança e os Secretários dela... Mas enfim, o que se há-de fazer...

- E o Partido dos Suecos? Eles subiram 7% nas sondagens, s.e.t.e p.o.r c.e.n.t.o! Sabem o que isso significa? Que a Suécia pode tornar-se uma ditadura nos próximos 5 anos! Quero que se fodam os neo-papistas e o Kebbab, mas a Suécia não pode, de forma alguma, ter uma maioria reacionária, nazi e integralista no Riksdag.

- Alteza, as legislativas na Islândia são já no próximo mês, ao que tudo indica o Partido dos Suecos vai formar governo lá, e já disseram que pretendem a imediata demissão do Conselho.

- Aqueles gajos são malucos, só pode... Será que eles se esqueceram que o Presidente de Estado da Islândia (*) pode impedi-los de formar governo?

- Pois pode, Alteza, mas já se sabe que eles vão colocar toda a máquina de propaganda a funcionar. E se isso acontecer a Monarquia cai em três tempos. Eles são uma minoria, mas sabem muito bem dar a volta às pessoas. O melhor que podemos fazer é ouvir e ignorar.

- E acham que eles vão ceder assim tão facilmente? Vão transformar a nossa vida num inferno... porque é que tinham que mata o gajo? Não podia esperar um bocadinho!?

- Não podemos fazer mais nada, Alteza. É isso ou perder o Trono de Prata (*)...

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* Glossário:

1. Minister é um diminutivo para Statsminister, o chefe de governo do Reino
2. O Presidente de Estado da Islândia é o chefe de estado do Estado Livre da Islândia, cujo o titular in perpetuum é o Rei da Suécia.
3. "Trono de Prata" é a designação dada ao trono do Reino da Suécia.

- Então o Guerrero sempre vem para aqui?

- Vem, filho, vem. Apesar de ele ser bicha temos que o proteger, a Suécia é o último bastião do parlamentarismo monárquico do Índico.

- Pai! Pelo amor de Deus! Bicha!? Estamos no século XXI, e ainda assim a nossa Família Real tem exatamente os mesmos dogmas que tinha quando se iniciou a União...

- E não funciona!? Como achas que se fez a União!? Foi com as nossas princesas a casarem-se com plebeus? Foi? Se não fossem estes "dogmas" - como lhe chamas - a Suécia não seria hoje um grande Império, poderia até nem existir!

- Mas neste momento isso não nos serve de nada! Nós somos a única monarquia do mundo que ainda mantém os casamentos reais por arranjo. Não vamos conseguir deitar a mão ao trono de Portugal, nem ao dos Latinos nem a nenhum! Não percebes que perante as outras casas reais nós parecemos uns trogloditas?

- Cala-te! Tu vais ser Rei um dia, tens que respeitar as tradições e ponto final!

- Como tu respeitas-te com a mãe? Ou pensas que eu não sei que ela era uma gal...

O Príncipe foi interrompido pelo Rei, que lhe deu um estalo.

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Continua no próximo episódio