José das Trocas vem a Leeds

Jorge Wellington tinha ido para Leeds encontrar-se com o homólogo José das Trocas. Para o efeito prepara-se um pequeno palácio, que o rei de Hastings cedia para este tipo de reuniões. José das Trocas é recebido numa sala de reuniões, onde lhe oferecem um café e alguns charutos enquanto aguardava por Wellington.


Wellington: Esperamos que o espaço lhe agrade e que a vinda de Nookie tenha sido boa. Com o mundo metido em tanta mudança, qual delas vos traz aqui hoje?

Trocas: Caro Wellington, antes de mais deixe-me agradecer esta maravilhosa recepção, os charutos eram por deveras formidáveis. O meu chefe é que não pode saber disto , é muito protector em relação aos nossos produtos nacionais.
De facto o mundo está em grande mudança, como sabe somos uma jovem nação. E não estamos habituados a muita confusão. Gostaríamos de lhe perguntar qual é a vossa opinião em relação ao novo estado islâmico, visto que eles nos solicitaram que os reconheçamos como independentes.
Gostariamos de solicitar a vossa opinião sobre esta matéria, pois é muito sensivel para nós, visto que fazemos fronteira com o referido estado...

Wellington: O estado islâmico é algo que ainda nos intriga, pois o aparecimento de um país teocrático é algo inesperado em pleno século XXI. Não sabemos das intenções deles, mas preocupa-nos se estarão a forçar o seu povo a uma religião. Lapália é um país de liberdades religiosas, mas sobretudo dos povos do mundo, por isso observaremos com atenção o que se vai passar naquela parte do continente. Visto estarem em fronteira com essa nação, recomendo terem caução. Até esse país esclarecer completamente o que pretende e definir a política externa, é preciso aguardar... Qual é a distribuição religiosa do vosso país?

Trocas: O estado islâmico ainda é uma incógnita. Não sabemos o que eles querem. O que nos mais nos preocupa é que fazem fronteira connosco.
Como diz, caro Wellington, temos que proceder com precaução mas de um estado radical religioso não se espera nada de bom… Vamos ver…
Em relação à sua questão, avanço desde de já e em primeira mão que o estado no decorrer dos próximos dias irá proceder a um levantamento exaustivo da população, inclusive a orientação religiosa de cada individuo.
Mas nós calculamos que cerca de 85 % da população é cristã e praticante. Temos dezenas de igrejas espalhadas pelo território que aos domingos de manhã estão completamente cheias. Até o nosso Chefe também é um grande fiel. A população que professa a religião muçulmana é muito reduzida, cerca de 2 ou 3 %, no nosso território apenas temos uma mesquita.
Mas caro Wellington, o que nos aconselha, seria de bem reconhecer a nova Republica Islâmica de Portugal ou não? Para nós, o reconhecimento seria mais fácil se eles retirassem Portugal do nome oficial… mas…

Wellington: Penso que o melhor mesmo é aguardar... Embora o reconhecimento do país deles vos pudesse trazer amizade para com os mesmo, tal poderia também trazer animosidade para com os verdadeiros portugueses... E, bem, os últimos são muito mais poderosos. Nós não reconhecemos ainda o governo, e essa é uma das razões, mas também pensamos em recolher inteligência no país deles para perceber melhor o que se passa. Às vezes, é bom permanecer neutral até estarem esclarecidos todos os aspectos do caso, não é assim?

Trocas: Meu caro Wellington nós não queremos criar qualquer conflito com qualquer nação. Muito menos com Portugal. Em relação ao beneficiarmos de amizade, não sei. Um regime teócratico como o Islâmico, não sei se irá ser muito amigo de uma nação que tem tantos cristãos como a RUC Nookieland. Então acha que devemos informar a República Islamica que não os reconhecemos como estado independente?

Wellington fica pensativo e olha pela janela durante uns momentos...
Wellington: De facto... O que nós fizemos foi dizer que íamos aguardar, visto que a situação deles não está bem esclarecida. Dizei que ides aguardar, mas que o uso do nome de Portugal, só o verdadeiro Portugal pode autorizar. Penso que assim não vai haver problemas com eles, mas preveni-vos, um país de cristãos como o vosso deve então tomar algum cuidado e manter apenas relações cordiais, o mais possível. Também não seria do nosso interesse um conflito religioso às nossas portas, já que também somos um país de católicos e digo-lhe... Ainda há muitos lapálios que não temeriam morrer na guerra santa...

Trocas: Vou recomendar ao Chefe de Estado que diga que é para aguardar. Todo o nosso território ultramarino faz fronteira com a República Islâmica. Não nos convem nada uma guerra religiosa, ou outra qualquer...
Poderia ser uma guerra que se poderia deslocar para o seu território, pela proximidade e também por eles terem um pequeno território junto à sua fronteira.
Pelo que temos que ter muita prodencia em relação a este novo Estado.
E o MPLAS-Portugal ter referido que teve a ajuda de familias muçulmanas abastadas causa em nós também grande preocupação...

Wellington: Sim, o MPLAS... Ninguém sabe o que é que esses querem. Também não sabemos porque se opuseram a Portugal, não se manifestaram durante o conflito entre integralistas e neo-setembristas! Mas pelo que vemos têm alguma relação com os islâmicos. O nosso governo pensa que ambos os movimentos estão relacionados, sendo os islâmicos apenas um braço dos MPLAS; ou o MPLAS a "parte laica" dos islâmicos... Há, pelo que se vê, interesses privados naqueles países, e não uma questão de ideologia. E um país movido a interesses económicos, não é bom para os vizinhos nem para os seus próprios. Vamos continuar a investigar o que se passa naqueles lados, para que qualquer perigo para a nossa nação seja neutralizado o mais facilmente possível, e recomendo-vos o mesmo. Não podemos permitir ideologias pouco claras, motivadas por sabe-Deus-o-que, a entrar aqui.

Trocas: A verdade meu caro Wellington, o surgimento num espaço tão curto dessas 2 nações não é vista com bons olhos pelo nosso governo. A República Islâmica de Portugal faz fronteira com a RUC Nookieland em vários territórios. Pelo que o nosso governo tem que ter muito cuidado nas decisões que irá tomar em relação à República Islâmica de Portugal. Ainda não percebi muito bem aqueles gajos, mas pelo menos até agora não me deu a impressão de terem pego em armas como fez o MPLAS.
Estes agora dá-nos a impressão que deixaram de empregar o termo Portugal na sua designação…
Ambos os países fazem fronteira com o vosso território, se bem que a República Islâmica de Portugal tem junto à sua fronteira um território minúsculo.
No espaço geopolítico, mais concretamente em relação a Portugal, o que acha dos surgimento destas duas nações?

Wellington: O surgimento destes movimentos, porque o MPLAS nem nação é, acaba por ser perigoso para os portugueses, mais que para nós, como eles o afirmam. Claro que Lapália, enquanto aliada política dos portugueses, vai continuar a intervir pela segurança dos mesmos, no seguimento da guerra civil que ocorreu o ano passado. Já os islâmicos, têm o perigo da guerra santa, que quando lhes dá para ser fanáticos, são-o muito bem. Sendo Portugal país tão católico, e o Islão aliado do MPLAS... bem, já viu o cenário.

Agora garanto-lhe que num hipotético conflito, Lapália se juntaria naturalmente com os portugueses, e o poder militar lapálio é o maior do mundo... Poder que usamos em favor do bem, claro, mas não tolerando quaisquer abusos contra os portugueses ou os nossos.

Troca: Tal como nos, vos tambem estao a ver estas duas naçoes a querer guerra?

Wellington: Estamos sim a ver uma grande provocação no cenário político actual. O que for preciso para manter os nossos povos em segurança será feito, qualquer atentado ou intromissão no nosso país terá de ser repelida e, como tal, todas as hipóteses estão na mesa...

Trocas: Nos vamos tentar avançar com muita cautela. Nas como somos vizinhos vamos tentar ter uma relaçao cordial com a republica islamica. Espero que voces compreendao a nossa posiçao.

Wellington: Sim, compreendemos, e faremos o mesmo, não será por nós que se começa uma guerra...

Trocas: desculpe esta pequena interrupçao, mas era o meu chefe. A informar que reconhece a republica islamica...

Wellington também via a mensagem no seu tablet iNútil, e a mudança de nome não o espantou muito...
Wellington: De facto, agora mudaram o nome... Bem, a decisão não é propriamente uma "bomba". Teremos de esperar pela próxima reunião do Consulado, e só aí tomaremos uma decisão. Mas para vós será um bom fortalecimento nas relações diplomáticas. Independentemente do que o resto do Consulado decidir, eu terei determinadas reservas com aquele país... Só poderemos admitir uma plena soberania fora de uma situação de guerra, como aquela em que se acha Espanha.

Trocas: nao é uma bomba, mas o facto de alterarem o nome já é muito bom, mostra que estao sensiveis as preocupacoes dos outros paises. Um acto de boa fé é sempre bem vindo. E nos nao podemos esquecer que eles fazem fronteita connosco em todos os nossos territorios. Seria muito pior se tivessem insistido numa guerra diplomatica por causa do nome

Wellington: Sim, tomaram uma decisão sensata... Mas nós ainda estamos a ponderar todas as hipóteses, o que também achamos compreensível.

Trocas: Compreendemos a vossa posição, pois voces são muito fortes a todos os niveis... Mas nós somos novos nestas andanças de uma República independente... Mas a nivel diplomático tivemos que optar por esta posição. Agora formaram uma aliança...

Wellington: A aliança é a prova da relação dos dois movimentos. Dali não vem coisa boa. Nós continuamos à cautela, mas temos os nossos meios para investigar o que acontece por dentro, se é que me entende... Esperemos é que nenhum outro país venha a colaborar com eles no futuro, e que esta aliança não se alastre mais. Faremos o possível por democratizar a Espanha, e enquanto o fundamentalismo dos Não-Alinhados for aí contido, ainda há esperança para esses povos. Esperemos que da vossa parte a opinião seja a mesma.

Trocas: Sim, existe uma relaçao muito proxima entre os dois. Mas o caro Wellington acha que mais alguma naçao se ira juntar a eles? Nos pensamos que nao. O que nos nao queremos é uma guerra nas nossas fronteiras.

Wellington: Esperemos que não, a não ser que surjam mais países na Espanha. Guerra propriamente dita não vai haver, o poder militar deles é nulo, mas guerrilha sim é perigosa. Porém, parece-nos que isso só poderá acontecer em Espanha, o vosso território fica longe da "confusão", mantenham a neutralidade e não deverá haver problemas...

Trocas: caro wellington antes de me despedir de voce, gostaria de perguntar o que acha do surgimento de tantas naçoes. Em particular a nossa, uma ditadura abertamente de direita?

Wellington pensa em todas as palavras para responder, afinal não queria causar um incidente diplomático.
Wellington: Preocupa-nos na medida em que pode preocupar o vosso povo. Nós não existimos por regimes. Se o vosso povo se sente mais confortável com o vosso regime, e se o apoia, não iremos interferir...